No dia 3 de março, Lorde dava o pontapé inicial para um dos álbuns que marcariam a geração iniciando tudo com ‘Green Light’ música produzida por Jack Antonoff e escrita por Lorde, todos ansiavam pelo retorno da cantora que estava a 4 anos sem lançar álbum, e ela surpreendeu.
Em entrevistas dadas pela cantora, ela define o disco como uma festa onde existem os diferentes estágios e momentos, e a falar disso, o título do álbum significa um gênero de obra dramática, por vezes exagerado, o que já deixa um gostinho de sentimentalismo na obra, e basta você olhar pra capa do do disco que te passa a mesma sensação.
Vamos conhecer um pouco mais das faixas.
Green Light
Green Light abre o disco, na música ela fala sobre o fim de uma relação da qual não consegue esquecer, mas reconhece que seu amado é alguém de pouco caráter, ela espera muito que o sinal verde abra (usando metáforas do semáforo) para ela seguir em frente e tranquila, no videoclipe vemos Lorde indo a uma festa na qual ela esboça todos os seus sentimentos e é nessa festa que adentramos o universo melodramático.
Sober, Homemade Dynamite e The Louvre
Lorde está alterada e chegando em sua adrenalina como é descrito em Sober, numa falha tentativa de esquecer os problemas (quem nunca né?): “Esses são os jogos dos fins de semana, fingimos que nós simplesmente não nos importamos mas nós nos importamos”. Na mesma linha é nos apresentado “Homemade Dynamite” que nos mostra a cantora flertando com alguém na festa (ainda alterada) ela promete a essa pessoa seu melhor lado e espera que ele conte as melhores mentiras a ela, o mais legal é que apesar dela morar em outro país algumas frases são associadas a nosso cotidiano como ela diz a ele “Sabe que eu te acho incrível, né?” Mas ela nem o conhece, e não passa de um ‘ficante’ na festa, te lembra alguém rs ? Em The Louvre essa euforia continua mas de uma forma mais romântica e obsessiva, inclusive é uma das músicas mais lindas de Lorde e pessoalmente falando, essa canção descreve bem quando conhecemos um novo amor, a irradiação do sentimento em sua fase mais cruelmente linda de se descrever como no trecho: “Nossa coisa progride, eu ligo e você vem, estrago todas as minhas amizades para me sentar no inferno com você mas nós somos os melhores, eles vão nos pendurar no Louvre, bem lá no fundo, mas quem liga? Ainda é o Louvre” oh coisa linda de se ler.
Liability, Hard Feelings/Loveless, Sober II e Writer In The Dark.
Nesse novo estágio, ela se entrega a solidão e ao momento triste da festa, reflete sobre seu relacionamento que chegou ao fim mas entende que sua própria companhia é mais importante e entende que é uma fardo pra algumas pessoas: “Romantizo, dançamos lentamente na sala de estar mas tudo o que um estranho veria seria uma garota balançando sozinha acariciando seu próprio rosto”, essa é uma das faixas mais amadas pelo público, já na sequência temos Hard Feelings/Loveless que é uma leitura da relação chegada ao fim, ela relembra momentos únicos e os chama de ressentimentos, pois são momentos que ela amou mas que se arrepende de ter tido, e está decidida a superar, logo em seguida e na mesma faixa tem “Loveless” que é uma crítica a geração atual que está quebrando o psicológico de seus companheiros ao invés de serem suportes, na faixa seguinte ela descreve como os amores de agora serão representados na linguagem melodramática: “Eles vão falar sobre nós, todos os que um dia amaram, como beijamos e matamos uns aos outros” e ainda no universo da festa ela começa com uma cena muito comum em festas: “As luzes estão acesas e eles foram pra casa, mas quem sou eu? oh, quão rápido a noite passa” tão verdadeiro né ? Na prestigiada Writer In The Dark, Lorde descreve que certamente ele odeia as vezes que a beijou, já que ela é uma compositora e artista, cantaria sobre isso em algum momento como em: “Aposto que você se arrepende do dia que beijou uma compositora no escuro” e depois de muito tempo, ela o sente apenas de vez em quando e percebe os detalhes que antes não via.
Supercut e Liability (Reprise).
Lorde reanima, volta a dançar e pensar em flashbacks da sua relação, dessa vez mais eufórica do que nunca, e também um pouco otimista apesar de saber está apenas relembrando momentos bons que talvez não retornem, mas ainda assim ela o ama e perdoaria de volta (Não podemos julgar) e é exatamente aí que Lorde se dá conta de que não é justo, e que ela foi a vítima de tudo e não precisa perdoar ninguém pois o fardo é o outro e não ela: “Mas você não é o que pensou que era, parta” e encerra ela em Liability (Reprise).
Perfect Places
É chegado o fim da saga melodramática de Lorde, onde todos precisam pegar seu caminho e ir para os lugares perfeitos, antes disso ela analisa todo o espaço que estava como as pessoas gastando seus dinheiros, beijando desconhecidos ou desmaiando por embriaguez, mas são essas vergonhas que os levam a lugares perfeitos: “Todas as coisas a que estamos nos submetendo, porque nós somos jovens e nós temos vergonha, elas nos encaminham para lugares perfeitos” e ela discorre em como o tempo passa e as coisas pós festas soam tão sem graça e sem significado algum, os heróis dela estão morrendo e não resta um pingo de esperança, apenas em suas idas aos lugares perfeitos.
E no final ela se pergunta, o que são lugares perfeitos ? E pra você leitor? O que são lugares perfeitos?
É muito incrível toda essa atmosfera aqui tratada, só quem já passou por um término entenderá esse álbum, todo prestígio a ELLA.
Curiosidades
O álbum foi mundialmente aclamado, tendo nota 91/100 no metacritic, foi indicado ao Grammy na categoria Álbum do Ano, e conquistou o coração de muitos fãs e admiradores.