Os contrastes entre 1989 e 2021 explicam o porquê da novela se revelar atual
Com pouco mais de 5 meses no ar e já entrando na sua reta final, O Salvador Da Pátria (1989) é a melhor novela da tradicional “trinca” do Canal Viva. A novela que acompanha a história de Sassá Mutema (Lima Duarte), um boia-fria honesto que ao decorrer da trama torna-se o prefeito da fictícia cidade de Tangará, já chamava atenção por se confundir com a história do ex-presidente Lula.
Hoje chama atenção por se contrastar também com o atual momento político-social impositivo em que vivemos através do personagem Juca Pirama (Luiz Gustavo), um homem inescrupuloso ultradireitista que buscava poder através de discursos moralistas por meio da sua estação de rádio.
E também Gilda (Susana Vieira) uma mulher de personalidade dúbia, capaz de armar as tramas mais baixas em nome da família tradicional brasileira e seu marido Severo (Francisco Cuoco), um político conservador que ora se põe brio, ora mascara a imoralidade dentro e fora de casa.
Indo contra toda a onda hipócrita da trama, nós temos o casal de anti-heróis mais carismático e gostoso da teledramaturgia. Marina Sintra (Betty Faria), líder e defensora de ideologias progressistas, e João Matos (José Wilker), um comandante de aviação que foi preso injustamente, vítima de uma armação do seu próprio irmão Juca Pirama (Luiz Gustavo). O casal talvez seja tão querido por ser um homem injustiçado e casado, e uma mulher independente que carrega consigo um segredo do passado. Ambos com suas imperfeições e falhas pessoais, porém justos e empáticos consigo e com a comunidade.
O casal é sucesso entre o público das redes sociais que abrange outras gerações. Eles batizaram o shipping de “Jorina”, prática em que os fãs de dois personagens juntam seus nomes afim de torcer pelo casal! Jorina é um sucesso.
https://twitter.com/RaissaBritoLP/status/1443990487254413313?t=S6tgBPYLsDsjcMx48U1nHA&s=19
https://twitter.com/thenoveleira/status/1444146448413646851?t=lEbxoVEodVve79vPD86J0w&s=19
https://twitter.com/jacquebeella/status/1446497404233134083?t=aKDiINMie0VGNrO-evSyRA&s=19
E não podíamos esquecer do velho Quinzote (Mario Lago), um homem que já foi um dos maiores produtores de café da região e na velhice se considera um fracasso por não mais ter conseguido administrar sua fazenda.
Em ironia a isso foi um dos grandes responsáveis pela ascensão do protagonista juntamente com Clotilde (Maitê Proença). O personagem sem dúvidas catártico, divertiu ao ter o hábito de hastear a bandeira do Brasil todos os dias e volta e meia estar assustando as pessoas a sua volta ao interagir com personalidades ilustres, já mortas, do Brasil.